sábado, 27 de junho de 2009

Coach Carter - Treino para a Vida


A história real e inspiradora de um treinador que decide mostrar os diversos aspectos dos valores de uma vida ao suspender seu time campeão por causa do desempenho acadêmico dos atletas. Dessa forma, Ken Carter recebe elogios e críticas, além de muita pressão para levar o time de volta às quadras. É aí que ele deve superar os obstáculos de seu ambiente e mostrar aos jovens um futuro que vai além de gangues, prisão e até mesmo do basquete.
Informações Técnicas
Título no Brasil: Coach Carter - Treino para a Vida
Título Original: Coach Carter
País de Origem: EUA / Alemanha
Gênero: Drama
Tempo de Duração: 136 minutos
Ano de Lançamento: 2005
Site Oficial:
Estúdio/Distrib.: Paramount Home Entertainment
Direção: Thomas Carter

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Resenha de “São Bernardo”, de Graciliano Ramos


Publicado em 1934, portanto, dentro do que se convencionou, segundo a historiografia literária, chamar de Segunda Geração do Modernismo Brasileiro, São Bernardo, de Graciliano Ramos, apresenta tanto características do romance regional [de tensão exteriorizada], pois exibe cruamente as artimanhas de Paulo Honório para vencer adversidades de todos os tipos, quanto do romance psicológico [de tensão interiorizada], na medida em que são as indagações existenciais do narrador-protagonista as forças motrizes do romance.
Articulada em primeira pessoa, a narrativa – ambientada no estado de Alagoas – resulta da tentativa empreendida pelo narrador-protagonista, Paulo Honório, de compreender os motivos que levaram sua esposa, Madalena, ao suicídio e que acabaram por deixá-lo sem estímulo para continuar vivendo.
Ao final da narrativa, se, por um lado, a vida do protagonista se encontra totalmente estagnada, sem horizonte nem perspectiva, por outro, temos um dos melhores romances produzidos na primeira metade do século XX no Brasil, que consegue denunciar magistralmente as condições de vida do homem nordestino, as opressões sofridas pelas classes trabalhadoras desta região e, ao mesmo tempo, possibilita a compreensão da mentalidade das classes dirigentes brasileiras que estiveram no poder durante a República Velha.
Disponível em:
http://manoelneves.com/2008/01/20/resenha-de-sao-bernardo-de-graciliano-ramos/

RESENHA


4/01/2004 - 03h38
Artigo: O fascínio dos clones
SÉRGIO DANILO PENA / especial para a Folha de S.Paulo MG (Universidade Federal de Minas Gerais)


Em 1964, aos 16 anos, ganhei um pequeno livro de Isaac Asimov chamado "O Código Genético". Encantado, li todo o texto em uma única noite. Ao terminar, eu já havia decidido qual seria meu futuro: tornar-me um geneticista e trabalhar com biologia molecular. Esse episódio demonstra de maneira admirável o grande poder transformador de um bom livro de divulgação científica. Asimov, que escreveu mais de 500 obras sobre os temas mais variados, provavelmente foi o mais prolífico divulgador de ciência de todos os tempos e certamente um dos mais claros. A idéia de levar ciência para fora da academia e alcançar diretamente o grande público (ou seja, a construção de pontes de marfim) é irresistível para o Pigmalião que habita cada um de nós. Por isso, esse desafio de popularizar a ciência atraiu grandes nomes, da estirpe de Thomas Huxley, George Gamow, J.B.S. Haldane e Bertrand Russell.

O que caracteriza um bom livro de divulgação científica? Após meditar a respeito, consegui listar seis parâmetros principais: o livro tem de ser cientificamente correto, de leitura interessante e preferencialmente arrebatadora, cristalinamente bem explicado, simples, pequeno e, sobretudo, barato. "Os Clones", de Marcia Lachtermacher-Triunfol, é um livro de divulgação científica da série "Folha Explica", da Editora Publifolha. O livro é em formato pequeno (11 cm X 18 cm) e tem aproximadamente cem páginas de texto. Analisei "Os Clones" de acordo com os seis parâmetros listados acima.
Certamente o livro é, em essência, cientificamente correto e atualizado. É certo que há deslizes pequenos: o cientista Bert Vogelstein é chamado duas vezes de Volgstein, e na pág. 62 se discute a clonagem de um panda gigante no "óvulo de um coelho" e depois a implantação de um embrião de panda em "um gato". Certamente a autora se refere a uma coelha e a uma gata.
Também, ocasionalmente, o livro sai da divulgação científica e passa à esfera da ficção científica, como quando trata como trivial a troca de um cromossomo X de um embrião clonado de fêmea por um cromossomo Y para produzir um animal masculino.
É a leitura interessante e arrebatadora? Infelizmente não, embora o tema seja fascinante. Isso decorre do fato de que "Os Clones" não é nem simples nem cristalinamente bem explicado. As complicações vêm do fato de que a autora fez questão de tentar explicar cada pequeno detalhe biológico relacionado com a clonagem, e o texto consequentemente ficou cansativamente truncado. A arte de um bom livro de divulgação depende exatamente de distinguir qual conhecimento é essencial e tem de ser incluído e qual não é.
Por exemplo, na minha opinião discussões da estrutura do DNA são desnecessárias em um livro de divulgação sobre clonagem. Mas a situação se complica muito mais, principalmente na segunda parte do livro. A autora, por exemplo, decide usar o polimorfismo delta32 no gene CCR5 humano para explicar a importância da diversidade genética e nisso gasta duas páginas. Há milhares de exemplos infinitamente melhores e mais simples.
Da mesma maneira, é desnecessário invocar as síndromes de Angelman e Prader-Willi para explicar o "imprinting genômico", e interessa muito pouco ao leigo saber que o motivo de repetição telomérica em paramécio é TTGGG (na verdade é TTGGGG). O capítulo de bioética é muito pequeno e parece mais uma concessão ao que é esperado no índice de um livro de clonagem. Faltou também um pouco de contexto social moderno.
Interessaria para o leigo saber que Severino Antinori e os raelianos são vigaristas que exploram a mídia sensacionalista e crédula e provavelmente jamais tiveram intenção real de produzir um clone humano.
Finalmente, ajudaria muito se o livro fosse mais bem ilustrado: além da inevitável (mas sempre simpática) foto de Dolly, há só duas figuras, ambas pequenas e sem legenda explicativa. A segunda se refere a técnicas de terapia celular, mas foi inserida na discussão sobre clonagem reprodutiva.
O livro certamente é pequeno e pode ser lido de uma assentada em uma noite chuvosa. O preço de R$12,90 parece salgado para o grande público.
Não podemos nunca nos perder em elucubrações do que é imaginado e ideal ao avaliar o que é real e concreto. Einstein já dizia que, comparada à complexidade do Universo, nossa ciência parece limitada e pueril, mas ela ainda é a melhor coisa que temos. Certamente o livro "Os Clones" tem limitações, mas ainda constitui uma obra de divulgação correta, honesta e informativa. Assim, não hesito em recomendar o livro ao leigo inteligente que esteja procurando uma introdução ao fascinante e fervilhante tópico da clonagem de mamíferos.
"Folha Explica Os Clones
Autor: Marcia Lachtermachter-Triunfol Editora: Publifolha
Páginas: 11 Quanto: R$ 18,90
Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/folha/publifolha/ult10037u351810.shtml
Acesso: 22/06/2009.