Resenha de “São Bernardo”, de Graciliano Ramos
Publicado em 1934, portanto, dentro do que se convencionou, segundo a historiografia literária, chamar de Segunda Geração do Modernismo Brasileiro, São Bernardo, de Graciliano Ramos, apresenta tanto características do romance regional [de tensão exteriorizada], pois exibe cruamente as artimanhas de Paulo Honório para vencer adversidades de todos os tipos, quanto do romance psicológico [de tensão interiorizada], na medida em que são as indagações existenciais do narrador-protagonista as forças motrizes do romance.
Articulada em primeira pessoa, a narrativa – ambientada no estado de Alagoas – resulta da tentativa empreendida pelo narrador-protagonista, Paulo Honório, de compreender os motivos que levaram sua esposa, Madalena, ao suicídio e que acabaram por deixá-lo sem estímulo para continuar vivendo.
Ao final da narrativa, se, por um lado, a vida do protagonista se encontra totalmente estagnada, sem horizonte nem perspectiva, por outro, temos um dos melhores romances produzidos na primeira metade do século XX no Brasil, que consegue denunciar magistralmente as condições de vida do homem nordestino, as opressões sofridas pelas classes trabalhadoras desta região e, ao mesmo tempo, possibilita a compreensão da mentalidade das classes dirigentes brasileiras que estiveram no poder durante a República Velha.
Disponível em:
http://manoelneves.com/2008/01/20/resenha-de-sao-bernardo-de-graciliano-ramos/
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