quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Prova do Enem que vazou já está na internet

Ministro anuncia em cadeia de rádio e televisão adiamento do Enem
Quinta-feira, 01 de outubro de 2009 - 20:05
Em pronunciamento em rede de rádio e televisão, nesta quinta-feira, 1º de outubro, o ministro da Educação, Fernando Haddad, comunicou ao país o adiamento do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).

Segundo o ministro, a decisão de adiar o Enem foi motivada pela denúncia de que uma prova impressa foi oferecida para publicação em um jornal de circulação nacional, na noite de quarta-feira, dia 30 de setembro.

Enquanto o MEC prepara outra prova e a Polícia Federal investiga o roubo, Haddad sugeriu aos estudantes que aproveitem o tempo para aprimorar os estudos. Anunciou, ainda, que o Ministério da Educação e o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) colocaram em seus portais eletrônicos a prova descartada para uso em simulados.


Assessoria de Comunicação Social do MEC

Leia o pronunciamento do ministro; Assista ao video do pronunciamento; Confira as provas do Enem e o Gabarito no site:
http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=14405

Sala de aula do século XXI


Mariluci Bianchi - Professora
Nos idos de 1963, Anísio Teixeira – é considerado uma das principais personalidades na história da educação no Brasil - em conferência proferida em sessão do Conselho Internacional de Educação para o Ensino, tendo como local o Hotel Glória, no Rio de Janeiro, expressava a sua inquietação com a formação de professores em seu tempo e em seu amanhã.
O conferencista esclarecia que a educação estava defasada porque buscava atingir objetivos para “uma sociedade muito mais singela do que a sociedade moderna, pois o professor ocupa o simples lugar de guardião e transmissor da cultura.”. Nesse sentido, enfatizava a urgência de preparar mestres capazes de enfrentar os recursos midiáticos baseados na propaganda e na diversão comercializada implicando condicionamento político e ideológico do homem, e a concepção de cultura intrinsecamente dinâmica, que ocasiona mudanças, deslocamentos, reajustes.
Como se encontram os mestres de hoje? Passadas mais de quatro décadas, o que se fez nesse longo período para qualificar o professor à altura da complexidade que nos cerca? Mas, que educação é necessária? A UNESCO reuniu alguns dos maiores expoentes do mundo na Comissão Internacional sobre Educação para o Século XXI em 1993, que, sob a coordenação de Jacques Delors, resultou na publicação de "Educação: um tesouro a descobrir (1996)".
Uma das ideias enfatizadas na obra é que a principal consequência da sociedade do conhecimento é a necessidade de uma aprendizagem ao longo de toda vida, fundamentada em quatro pilares, que são, concomitantemente, do conhecimento e da formação continuada. Diz o texto na página 89: “À educação cabe fornecer, de algum modo, os mapas de um mundo complexo e constantemente agitado e, ao mesmo tempo, a bússola que permite navegar através dele”.
José Manuel Moran considerado, atualmente, um dos principais especialistas em projetos inovadores na educação brasileira acentua “que é importante sermos professores-educadores com um amadurecimento intelectual, emocional e comunicacional que facilite todo o processo de organização da aprendizagem. Pessoas abertas, sensíveis, humanas, que valorizem mais a busca que o resultado pronto, o estímulo que a repreensão, o apoio que a crítica, capazes de estabelecer formas democráticas de pesquisa e de comunicação”.
Ainda segundo Moran, outro aspecto relevante diz respeito à sala de aula como espaço de múltiplas formas de aprender. Para que isso ocorra, deve oportunizar a informação, a pesquisa e a divulgação das atividades de aprendizagens. Para além do quadro e do giz, a sala de aula do século XXI precisa ter acesso fácil, ao vídeo, DVD, projetor multimídia e, pelo menos, um ponto de Internet, para acesso a sites em tempo real, tanto por parte do professor quanto dos estudantes.
A tecnologia e a mídia digitais fazem parte do cenário, inexoravelmente. O poeta nos sugere: Havia uma pedra no meio do caminho/ No meio do caminho havia uma pedra/ Havia uma pedra no meio do caminho. Seguramente, a demanda por educação é uma meta a ser concretizada em nosso País. Como???? .... Acho oportuno especialmente, neste momento de culto as tradições gaúchas, citar uma das estrofes do nosso Hino: “Mas não basta pra ser livre/ Ser forte, aguerrido e bravo /Povo que não tem virtude/ Acaba por ser escravo.”

Não queremos nos meter!!!


Thaís Langner Bonfim
Esc. Tec. Est. 25 de Julho/Ijuí

Vivemos em um mundo globalizado. Éramos a “geração Coca-Cola”, hoje somos a “geração manipulados pela mídia”. Vivemos uma juventude pagã, sem atitude, que não pinta a cara e não sai às ruas. Não conhecemos política, desligamos a televisão na hora do noticiário e ligamos na hora da novela. Mensalão não nos indigna, já a mulher ser traída na ficção das nove? Isso sim. Escolhemos as profissões do futuro. Ou melhor, nem escolhemos. Somos todos iguais, sem diferença de opinião e capacidade.
Hoje, o que está na moda, está no jovem. O que nos interessa é estarmos de acordo com o que os estilistas dizem, não com o que queremos vestir. Vamos para a escola para sermos populares. E nessa disputa, os mais fashion ($$$) levam vantagem. Não prestamos atenção nas aulas – afinal, é só nota mesmo. Não recebemos incentivos dos mais velhos, nem da política, nem dos professores, nem da família. Nossas habilidades são reprimidas por nossos amigos, por inveja. É careta estudar! E nós permitimos.
Nós deixamos que a água vá se acabando, banho demorado é o que importa! Maus políticos governam o país? Isso não nos afeta. Não estamos preocupados com o que o nosso colega da frente tem, o porquê de estar chorando. É melhor não se meter na vida dele. Nem na dele, nem na de ninguém. Afinal, cuidemos de nós mesmos, façamos nossas medíocres escolhas. Os outros que se danem.
Escolhamos o que dá mais dinheiro. Sonhos? Isso é para sonhadores, eu vivo na realidade. Traço objetivos e cumpro metas. E quando elas me faltarem, eu vejo no que dá. Não temos estima pelo futuro. Os que se revoltam se matam. Não temos coragem de pedir, de expor nossas ideias, é mais fácil sentar no sofá e assistir “Vídeo Show”. Não erguemos a cabeça, estamos passivos, não entendemos o motivo, não queremos nos meter.
Somos medrosos perante a vida, já que a facilitam, sem pensarem que nós mesmos deveríamos facilitá-la. Não somos desafiados! Tomam atitudes por nós. Quando nos põem um apelido – trata-se de “bullying”. E fica por isso mesmo. Não dá nada!! Não nos possibilitam ter opinião sobre cada assunto. Não nos ensinam a lidar com frustrações. Não nos ensinam a superar e seguir em frente. Não nos ensinam a sermos líderes de nós mesmos. Não nos ensinam a viver...
Afinal de contas, somos apenas jovens e temos muito a aprender.