sábado, 8 de agosto de 2009

Fábrica de mentes brilhantes


Macaíba é um dos municípios que compõem a região metropolitana da Grande Natal. Tem população aproximada de 65 mil habitantes e área aproximada de 500 km2; Macaíba não tem litoral.
A ligação entre Natal e Macaíba é através da BR-101. Para quem vem de Recife ou João Pessoa: no trevo de viadutos que dá acesso a Natal, basta tomar o caminho à esquerda (como quem vai para Fortaleza), em vez de tomar a direita (caminho que leva para o aeroporto e daí para Natal). Para quem vem de Fortaleza: veículos vindos pela BR-101 passarão por Macaíba antes de chegar a Natal e antes de pegar o desvio para Recife.

Em tempos recentes, os Governos de Macaíba e do Rio Grande do Norte têm buscado, através de subsídios fiscais e facilidades para construção, instalar um pólo industrial naquele município (o que deixaria a capital Natal livre para se concentrar nos setores de comércio e, principalmente, serviços).
O pólo atraiu importantes empresas como Coteminas (tecidos), Plugtech (computadores), Sterbom (sorvetes), uma engarrafadora da Coca-Cola e outras (ver reportagem sobre o parque industrial de Macaíba).

Apesar da incipiente industrialização, Macaíba é ainda um município pobre.
Por isso, causou a princípio certa surpresa que Macaíba tenha sido escolhida, em 2005, para sediar o Instituto Internacional de Neurociência, uma das instituições mais respeitadas do mundo nesse setor cientifíco de ponta.
Em entrevistas, o mentor do instituto, Miguel Nicolelis (uma das maiores autoridades mundiais em neurociência e um dos cientistas mais respeitados do mundo) explicou que um dos seus objetivos era justamente fazer com que os avanços da ciência se aproximassem da população carente.
Nicolelis firmou apoios com Governos e instituições privadas a fim de construir uma infra-estrutura que englobasse educação e saúde (para beneficiar a população de Macaíba e Natal) e pesquisa avançada (para avançar na fronteira do conhecimento na Neurociência). Apesar dos percalços, o Instituto parece estar avançando de forma satisfatória.
Abaixo, trechos de reportagem publicada em 2009 no jornal Tribuna do Norte sobre o Instituto de Neurociência (ver íntegra aqui):

"O ano de 2005 entrou para a história da ciência brasileira e mundial, após a inauguração do Instituto Internacional de Neurociências Edmond e Lily Safra (IINN-ELS). A ideia dos cientistas Miguel Nicolelis, Sidarta Ribeiro e Cláudio Mello, era criar um centro de referência para os estudos da neurociência em seu país de origem, fora do eixo Sul-Sudeste e que usasse a ciência como agente de transformação social de comunidades da Região Nordeste.

Quatro anos depois, o diretor do IINN-ELS, Sidarta Ribeiro, afirma que a missão proposta está sendo cumprida. "Fazemos uma avaliação positiva do nosso trabalho. Muito difícil, mas gratificante. A gente veio para ficar e quem não acreditava, agora está acreditando", diz Sidarta. O Instituto coloca o RN à frente de outros Estados quando se trata de pesquisa científica, uma disputa salutar, que diminui o regionalismo, aproximando o Nordeste dos outros centros de pesquisa do país.

Hoje o IINN-ELS conta com três unidades de pesquisa e laboratório: o Centro de Estudo e Pesquisas Prof. César Timo-Iaria, em Candelária, o Laboratório AASDAP/Hospital Sírio-Libanês e Centro de Pesquisa de Primatas, em Macaíba. E até 2010, o Campus Cérebro, também em Macaíba, deverá ser concluído. Um prédio com capacidade para cerca de 200 pesquisadores. Atualmente são 50 pesquisadores entre graduados e pós-graduados. Cada pesquisador tem o seu projeto, que está dentro das três principais linhas de pesquisa: Parkinson, Sono e Memória e Biocompatibilidade de eletrodos na comunicação vocal em sagüis.

Segundo Sidarta, os projetos estão bem adiantados, um exemplo é a linha que busca um tratamento para o mal de Parkinson, cujos testes realizados em ratos trouxeram esperança para quem sofre com a doença. Tanto que recentemente recebeu destaque na imprensa nacional e internacional."
SITE DO INSTITUTO http://www.natalneuroscience.com/

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